segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

«we are the pretty petty thieves».

Sei que as mulheres que nos amam não nos amam de maneira diferente, mas, como nunca se sabe, deixei-as de fora, falando apenas pelo meu género: a malta.

Minha amada querida. O meu pai, logo depois de se ter apaixonado pela minha mãe, disse-lhe, em pleno namoro (ela uma mulher inglesa casada, com uma filha pequena; ele um solteirão português): "Se soubesses quanto eu te amava; destruías-me já." E disse a verdade. Era tanto o amor e o ciúme que lhe tinha, que fez mal à mulher que amava, minha mãe, e mal ao homem que a amava; ele próprio; meu pai.

O amor é um castigo; é um desespero; é um medo. O amor vai contra todos os nossos instintos de sobrevivência. Instiga-nos a cometer loucuras. Instiga-nos a comprometermo-nos. Obriga-nos a cumprir promessas que não somos capazes de cumprir. Mas cumprimos.

Eu amo-te. E não me custa. É um acto de egoísmo. Mesmo que tu me odiasses mas te odiasses tanto a ti própria que não te importasses de ficar comigo, eu seria feliz e agradeceria a Deus a tua inconsciência; a tua generosidade; qualquer estupidez ou inteligência que te mantivesse perto de mim.

A sorte não é amar-te nem tu me amares. A sorte é ter-te ao pé de mim. Tu podes estar enganada. Deves estar enganada. Mas ninguém neste mundo, por pouco que me ame ou muito que te ame, está mais certa para mim.

Obrigado.


mec, in publico, 14 fevereiro de 2010.

1 comentário:

  1. "Não há amor onde não há confiança".

    Num reino longínquo, existia um rei muito poderoso que tinha três filhas, cuja beleza despertava o interesse de inúmeros pretendentes. Duas delas logo se casaram, mas uma, Psique, recusou-se a fazê-lo porque dizia ainda não ter encontrado o verdadeiro amor.
    Os pais, preocupados com a solidão da filha, resolveram perguntar a um oráculo o que deveriam fazer, ao que o oráculo respondeu que deveriam vestir a sua filha de noiva e deixá-la no cimo de um monte.
    Eles assim o fizeram e Psique foi arrastada pelo vento até um reino maravilhoso, onde tudo era mágico. Quando a noite chegou e Psique se foi deitar, sentiu a presença de alguém, que lhe disse ser o seu companheiro, Eros, mas que ela nunca o poderia ver, pois se o fizesse, correria o risco de o perder para sempre. A partir de então, Psique conheceu os momentos mais felizes da sua vida, onde tinha tudo aquilo que sempre sonhara. Amava e era correspondida, o que a fazia muito feliz. No entanto, os dias de felicidade não duraram muito, pois a rapariga começou a sentir saudades da família e resolveu ir visitá-los. As irmãs, cheias de inveja da sua felicidade, convenceram-na a ver o marido.
    Quando chegou a casa, esperou que o marido adormecesse e acendeu uma vela para o ver. Ao ver a sua beleza ficou tão emocionada que, por descuido, deixou cair um pouco de cera no ombro do marido, o que fez com que acordasse. Ao ver que a esposa tinha quebrado a promessa, cumpriu com a sua palavra e abandonou-a para sempre.
    Esta sofreu tanto, que passou a vaguear pelo mundo, até que sucumbiu a um sono profundo.
    Eros, ao ver o sofrimento da amada, pediu a Zeus que ressuscitasse a amada, pedido que foi concedido.
    Eros uniu-se a Psique no Monte Olimpo, onde permaneceram felizes, vivendo o seu amor para toda a Eternidade. A partir de então, o Amor e a Alma estão unidos em todos os romances, pois estes têm a protecção de Eros e da sua inseparável Psique.

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